terça-feira, 17 de abril de 2012

Resenha - O Julgamento de Nuremberg



Autor: Siomar Zachesky

Resenha                       
                                      

O filme com o título original “Nuremberg”, teve seu lançamento no ano de 2000 e sua produção realizada no Canadá e EUA. Com um tempo de duração de 169 minutos, distribuído pelo Estúdio Warner Home Vídeo e com direção de Yves Simoneau, chegou ao Brasil com o título: O JULGAMENTO DE NUREMBERG. O elenco principal foi formado por: Alec Baldwin (promotor Robert H. Jackson), Jill Hennessy (Elsie Douglas), Christopher Plummer (Sir David Maxwell – Fyfe), Roger Dunn (Col.Robert Storey), David Mcllwraith (Col. John Harlan Amen), Christopher Shyer (Gen. Telford Taylor), Hrothgar Mathews (Thomas J. Dodd), Brian Cox (Reichsmarschall Hermann Göring), Herbert Knaup ( Albert Speer), Frank Moore (Hans Frank), Frank Fontaine (Gen. Feldmarschall Wilhelm Keitel), Raymond Cloutier (Grobadmiral Karl Dönitz), Bill Corday (Gen. Loberst Alfref Jodl), Christopher Heyerdahl (Ernst Kaltenbrunner) e Ken Kramer (Fritz Sauckel).
O filme nos remete a década de 40, quando tem fim uma das mais sangrentas e desumanas das guerras, a Segunda Guerra Mundial. Os países aliados, que puseram fim as atrocidades cometidas por Hitler e seus comandados, reuniram-se em Nuremberg, na Alemanha, para decidirem o destino de oficiais nazistas, julgados pelas barbáries que cometeram em nome de uma causa que achavam justificadas em leis, por eles mesmos criadas.
Os fatos que deram origem a Segunda Guerra Mundial podem ser vistos como um conjunto incomensurável de situações únicas, jamais vistas, que desencadeou uma avalanche de medos e reações de dimensões que até hoje nos surpreendente e nos deixa, ainda, indignados. Mas, de todos os aspectos deste triste momento da história, os crimes contra os direitos humanos cometidos pelos nazistas do Partido Nacional Socialista Alemão, são o retrato mais fiel do poder destrutivo do ser humano contra seu próximo.
A atrocidade do Holocausto, nome dado ao extermínio de milhões de pessoas que, segundo eles, eram como se fossem ratos e faziam parte de grupos politicamente indesejados pelo então regime nazista, é tamanha que não pode ser analisada de forma imparcial e é na frase escrita pelo próprio Hitler em sua obra, “Mein Kampf” (Minha luta), citada abaixo, que podemos realmente perceber a psicose do líder político, que fez com que o seu ódio pelos judeus, negros, deficientes físicos, ciganos e outros grupos de excluídos, se transmitisse a todos os demais membros da alta cúpula do governo, sobre o seu comando, pois todos aprendiam, ainda no ensino básico que esse “tipo de gente” era considerado vermes, ratos, menos seres humanos.


“Poderia haver uma sujidade, uma impudência de qualquer natureza na vida cultural da nação em que, pelo menos um judeu, não estivesse envolvido? Quem, cautelosamente, abrisse o tumor haveria de encontrar, protegido contra as surpresas da luz, algum judeuzinho. Isso é tão fatal como a existência de vermes nos corpos putrefatos.” (Adolf Hitler – Mein Kampf)

Hitler, em nome da chamada purificação da raça humana, não mediu esforços,  tampouco sentiu qualquer remorso, ao contrário, se achava justificado em suas próprias leis, como já dito, para todos os atos repugnantes praticados. Para a efetivação de seus desmandos, quebrou todos os contratos, convenções e acordos internacionais que lhe impedissem de concretizar o seu intento. Mas sem sombra de dúvidas, foram os direitos humanos os mais transgredidos.
Após o final da 1ª Grande Guerra Mundial, a Alemanha sofreu com as fortes imposições do Tratado de Versalhes, fazendo nascer a partir daí, um sentimento de revanchismo e revolta entre a população. A indenização absurda imposta ao derrotados na guerra enterrou de vez a economia alemã, já abalada pela guerra. As décadas de 1920 e 1930 foram marcadas por forte crise moral e econômica na Alemanha (inflação, desemprego, desvalorização do marco). Terreno fértil para o surgimento e crescimento do nazismo que levaria a Alemanha para um outro conflito armado, a Segunda Guerra Mundial.
              Assinado em 28 de junho de 1919, o Tratado de Versalhes foi um acordo de paz assinado pelos países europeus, após o final da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Neste Tratado, a Alemanha assumiu a responsabilidade pelo conflito mundial, comprometendo-se a cumprir uma série de exigências políticas, econômicas e militares. Estas exigências foram impostas à Alemanha pelas nações vencedoras da Primeira Guerra, principalmente Inglaterra e França. Em 10 de janeiro de 1920, a recém criada Liga das Nações (futura ONU) ratificou o Tratado de Versalhes.

Algumas exigências impostas à Alemanha pelo Tratado de Versalhes:

- reconhecimento da independência da 
Áustria;
- devolução dos territórios da Alsácia-Lorena à França;
- devolução à Polônia das províncias de Posen e Prússia Ocidental;
- as cidades alemãs de Malmedy e Eupen passariam para o controle da Bélgica;
- a província do Sarre passaria para o controle da Liga das Nações por 15 anos;
- a região da Sonderjutlândia deveria ser devolvida à 
Dinamarca
- pagamento aos países vencedores, principalmente França e Inglaterra, uma indenização pelos prejuízos causados durante a guerra. Este valor foi estabelecido em 269 bilhões de marcos.
- proibição de funcionamento da aeronáutica alemã (Luftwaffe)
- a Alemanha deveria ter seu exército reduzido para, no máximo, cem mil soldados;
- proibição da fabricação de tanques e armamentos pesados;
- redução da marinha alemã para 15 mil marinheiros, seis navios de guerra e seis cruzadores;


            
Um dos mais importantes tratados internacionais em que foram signatários as principais potências europeias, foi a convenção assinada em Genebra em 22 de agosto de 1864, com o objetivo de amenizar o sofrimento dos militares nos exércitos em campanha, com tratamento mais digno e humanitário ao militar ferido no campo de batalha.
Essa comissão genebrina, que teve na origem da convenção de 1864 foi revista, a fim de se estenderem seus princípios aos conflitos marítimos (Convenção de Haia de 1907) e aos prisioneiros de guerra (Convenção de Genebra de 1929). Em 1925, outra Convenção, igualmente assinada em Genebra, proibiu a utilização , durante a guerra, de gases asfixiantes ou tóxicos, bem como de armas bacteriológicas. As convenções sobre soldados feridos e prisioneiros de guerra foram revistas e solidificadas em três convenções celebradas em Genebra em 1949, sob os cuidados da Comissão Internacional da Cruz Vermelha. Na mesma ocasião, foi celebrada uma Quarta convenção, tendo por objetivo a proteção da população civil em caso de guerra. Mas, os nazistas falsificavam cartões e salvo-condutos da Cruz Vermelha e induziam as suas vítimas a acreditarem que estavam sendo amparadas, quando na verdade estavam sendo conduzidas ao extermínio.
Assim, é imensurável a quantidade de fatos inescrupulosos que ocorreram durante a 2ª Guerra Mundial, mas é inegável que o julgamento, com a absolvição de alguns e a condenação de muitos dos criminosos de guerra pelo Tribunal de Nuremberg, mesmo a contragosto de muitos, dizendo que tal tribunal seria um tribunal de exceção e também violava os direitos humanos, foi o legado ao mundo aos que se dizendo amparado por normas “legais” praticam desmandos, desrespeitando acordos internacionais que violam os direitos humanos e ferem o que o ser humano tem de mais precioso, a vida com dignidade.



MODELO DE PROCURAÇÃO

P R O C U R A Ç Ã O     OUTORGANTE: ANTONIO FAGUNDES , brasileiro, casado, motorista, portador da cédula de identidade 1.234...