terça-feira, 27 de setembro de 2011

500 ANOS DE CORRUPÇÃO NO BRASIL

                                         500 ANOS DE CORRUPÇÃO NO BRASIL

          O Brasil já nasceu corrompido, ou melhor, dilapidado, pois os que aqui chegaram por volta de 1.500, já viam nessa nova terra descoberta, uma mina de riquezas inesgotáveis. Sim, inesgotável porque o Brasil vem sendo roubado ha mais de cinco séculos e ainda continua, sem que medidas eficazes para exterminar com a corrupção, roubos, negociatas, subornos, fraudes eleitorais, em licitações públicas e tantas outras maneiras de subversão, sejam tomadas.
          Começamos, mais precisamente, por volta de l.600, cem anos após o descobrimento, quando ainda do Brasil Colônia. Os funcionários públicos da Coroa portuguesa, homens encarregados de administrar o Novo Mundo, se utilizavam dos meios imorais para auferirem lucros e assim complementarem seus rendimentos. O mais impressionante disso, talvez fosse o fato de que tudo era de conhecimento, como hoje também o é, do soberano e este aceitava tal prática, por não conseguir controlar seus subordinados e assim agindo, fazendo vistas grossas, teria a mão de obra indispensável e o controle dos demais. O tráfico de pau-brasil, diamantes, tabacos e outras especiarias, foi muito intenso nesse período da história do Brasil e como dito, tinha a anuência do soberano português.
          Diante de tantos desmandos não é de causar espanto o que viria a acontecer, mais tarde, durante os períodos do Brasil Republicano. Com Washington Luis e sua “quadrilha”, mais tarde substituídos por Getúlio Vargas e seu bando. Muitos podem achar um absurdo o uso desses termos, pejorativos, para se referir a dois grandes nomes da história do Brasil, mas ainda persiste no Brasil a máxima do político Ademar de Barros (interventor federal em São Paulo, em l938), “rouba, mas faz”. É lamentável que pensemos assim. Getúlio Vargas jamais apagará seu nome da história por toda a sua contribuição, se tivesse apenas instituído a CLT, já seria fato marcante para nunca mais o esquecermos. Mas, alguém já se questionou de como foram acertadas as manobras políticas e negociatas que fez de um praticamente desconhecido, um dos maiores e mais importante presidente do Brasil.
          Com o fim da Era Vargas, depois de seu suicídio em l954, começa uma nova fase da República com o Governo de Juscelino Kubitschek, transferindo a Capital Federal do Rio de Janeiro para a recém criada Brasília, prometendo fazer em cinco anos o que somente seria possível em cinqüenta. Mas, o que parecia uma bem-intencionada mudança, facilitou ainda mais a devassidão já instalada. Longe das ruas, no meio do planalto goiano, haa! Ali sem dúvidas seria o melhor lugar para se instalar o “CCC”, Comando Central da Corrupção.
          Pode até parecer meio irônico, mas é a verdade que muitos fingem não ver ou existir. O Congresso, sede do poder legislativo federal, o Palácio do Planalto, sede do poder executivo federal e o Judiciário com o STF e STJ, juntamente com todos os órgãos que compõem os três poderes da República, agem de forma soberana e sem fiscalização, decretando aumentos abusivos de salários, contratando de forma indiscriminada funcionários sem qualificação, licitações fraudulentas, acertos, conchavos e tantos outros nomes, que ao final quer dizer a mesma coisa, corrupção.
          O filme O bem amado é, sem dúvida, a obra cinematográfica que melhor retrata a forma de se fazer política no Brasil, aonde o prefeito Odorico Paraguaçu, interpretado pelo ator Marco Nanini, interpreta o personagem de um prefeito corrupto de uma cidadezinha do interior, chamada Sucupira. Este queria deixar seu nome escrito na história de Sucupira e para isso construiu um enorme cemitério, obra faraônica para os moldes da pequena cidade, mas a dificuldade de se encontrar um defunto para a inauguração do aludido cemitério faz com que Odorico use de todos os subterfúgios morais e imorais, para realizar seu intento. Toda essa confusão entre o público e o privado mostra a realidade política vivida no Brasil do passado e atual.
          Ao voltarmos no tempo, nos deparamos com o caso do ex-governador da Bahia Antônio Carlos Magalhães, o ACM, ou “Toninho Malvadeza”, como queiram. ACM foi um verdadeiro tirano, ao ter sua biografia retratada ao público, pelo escritor baiano João Carlos Teixeira Gomes, intitulada Memória das trevas, foi literalmente intimidado pelo déspota e teve sua obra suprimida do meio circulante.
          As tramóias políticas que envolveram ACM foram inúmeras, quem não se lembra das acusações que pesaram contra ele no caso que envolveu o Ministério das Comunicações, quando era ministro, e o empresário e presidente da Rede Globo, Roberto Marinho. As articulações foram tão explícitas, não se preocupando em tempo algum com a opinião pública, mostrando-se assim, soberano, acima da lei.
          Roubos das jóias imperiais; dinheiro na cueca; escândalo do mensalão; farra dos cartões corporativos; poderíamos citar não dezenas, nem centenas e sim, milhares de depravações cometidas contra o erário público ao logo de tantos governos sucessórios no Brasil. Uns agindo descaradamente sem se importar o que a opinião pública pensava a respeito, outros mantendo certa aparência de honestidade, mas no fim só mudava o nome do chefe do bando, pois a quadrilha era sempre a mesma, com algumas alternâncias de quatro em quatro anos.
          O povo grita nas ruas, pinta a cara para protestar, “fora Collor!”, e a mídia com todo o seu poder de persuasão, sentindo-se acuada, decidem apoiar a vontade da maioria, exigindo a renúncia de um dos maiores devassos político que o Brasil já conheceu. Corrupto de 1º grau, se a corrupção pudesse ou fosse graduada, Collor de Mello, “o caçador de marajás” como era conhecido, deixou o poder e junto com ele, também a mácula na política brasileira, manchando ainda mais, o que já era imundo.
          A desgraça é sem dúvida, a indústria mais lucrativa no Brasil. Pois, quando vemos bilhões de reais destinados para a indústria da seca do nordeste sendo desviados; outros bilhões para a “segurança”, isso mesmo, “segurança” entre aspas, sendo surrupiados; bilhões e bilhões para Ongs, Movimento sociais, Pac, bolsa escola, bolsa família, saúde, educação, etc., administrados de forma vergonhosa e irresponsável, por quem vê na desgraça alheia uma forma de “se dar bem”, nos causa indignação.
          Corrupção, devassidão, podridão, depravação, podemos usar o termo que nos for mais conveniente para resumir uma prática que vigora no Brasil á mais de quinhentos anos e, por tudo o quanto estamos vendo, não acabara tão cedo.

Siomar Zachesky

3 comentários:

  1. É... isso ai, como bem diz o querido jornalista Bóris kazoy: "Isso é uma vergonha!

    Vergonha para quem a tem. Claro não é o caso, pelo menos da maioria dos nossos políticos.
    INFELISMENTE!

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